segunda-feira, 3 de julho de 2023

MEU VÍCIO É VOCÊ


Um carro bonito, um opala. A porta aberta, o som ligado, um toca-fitas. Nelson Gonçalves abre a voz potente numa melodiosa música, uma música que acalenta tristezas ou as faz mais intensas.

O dono do carro, um senhor por volta dos 60 anos, está muito bem vestido, de branco, tem os cabelos grisalhos, um bigode bem cuidado e fala com autoridade e envolvência. Conversa, bebe, passa a mão no bigode, ri. E é escutado, em verdade, reverenciado, respeitado pelos mais jovens.

Em redor, as acácias pouco balançam sua folhagem. Não há vento, e o sol, aproximando-se do meio dia, é tudo.

Domingos perdidos, folhas de um calendário que é já velho, tempo onde havia demora em viver, passagem lenta, aproveitamento melhor.

E de longe me chega aquela música:

"Boneca de trapo, pedaço da vida
Que vive perdida no mundo a rolar
Farrapo de gente, que inconsciente
Peca só por prazer, vive só por pecar"

O título é "Meu Vício é Você".

E eu não sabia o que era pecado, vício, errância. Então, para mim, tudo era apenas magia.



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Pequeno, mas possível. E suficiente. Mínimo, humilde, adequado. Este bloguinho de nome curioso -
Só Um Transeunte -, o qual se quer simples e de bom uso, é administrado por Webston Moura, que é Tecnólogo de Frutos Tropicais, cronista e poeta.

sábado, 1 de julho de 2023

O LÁPIS E AS NUVENS





Eu tinha sete anos de idade e não sabia o que estava fazendo. Minha mãe me arrumou, me deu um saco plástico com um caderno sem arame, um lápis com uma borracha em uma de suas extremidades, e, assim, iniciava-se um novo ciclo na minha vida.

Acompanhado de minha irmã mais velha, fui para a escola, primeiro dia de aula. Nossa mãe nos levou.

Até ali, eu nunca tinha visto um lápis. A ideia de utilizar aquilo, com a possibilidade de apagar e fazer de novo, igualmente ou não, atraiu-me. Riscar era criar. A criança, em verdade, desenha, mesmo que sejam as letras do alfabeto. E se sente criativa, inovadora. Eu me sentia assim. Um lápis, uma borracha, um caderno. Descobertas.

ABRIR O CORAÇÃO E SONHAR




Não, não queremos ser ingênuos. Porém, nós, adultos que somos, temos muitas estratégias para viver a ingenuidade. Não é mesmo? No mínimo, carecemos doutras dimensões que não sejam apenas essa do dia-a-dia cansativo.

Mas por que somos ingênuos?

Porque precisamos. Não precisamos é ser tolos. E, de todo modo, porque somos humanos, caímos, aqui e ali, na tolice, escorregamos na ingenuidade, enfim, ninguém é perfeito.

31 DE JANEIRO




Já disse alguém que "os anos ensinam o que os dias desconhecem". A experiência leva, adiante, à consciência do que se passou e, crescendo, observa melhor a realidade, compreendendo de forma mais completa. Com uma dose de nostalgia pelo que foi bom, claro.

Como essa imagem no início do post. Eu não me lembro exatamente. Nem você. Mas foi lá atrás, num dia agora perdido, que saímos para brincar pela última vez com aqueles amiguinhos da infância. Estávamos nos despedindo da mais bela fase da vida, mas não sabíamos.

Fica a saudade, sempre. Uma alegria unida a uma tristeza, harmoniosamente. E gratidão.

A propósito: na imagem, as crianças estão brincando do que, em muitos lugares, se chama de esconde-esconde, mas eu conheço essa brincadeira com outro nome, 31 de janeiro. A gente conta até 31 e sai atrás de "pegar" os outros.


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COM UM OUTONO NA ALMA




Sou nordestino do estado do Ceará, aonde vivo desde sempre. Não sei o que é outono, essa estação que sempre vi em filmes, livros e outras situações.

Também não vivo perto do mar, não usufruo daquele brisa própria que tal ambiente gera.

Sou desse clima seco e quente do interior sem serras frias, cria do que ele gera. Lembro-me inclusive de uma vez em que o músico baiano Tom Zé, falando dos ritmos nordestinos, chamou-os de desidratados. Exemplo: o xaxado. Repare na batida seca da zabumba. Não há umidade ali.

O clima, a música, a comida... Tantas coisas!

O outono, estação mais marcante em outras geografias, é algo que gostaria que aqui também houvesse. Talvez, imagino eu, por me sentir uma pessoa de alma antiga e ver em tal estação algo que me toque por alguma razão que não sei qual seria. Gosto das imagens. E acho que gostaria das sensações outras.

Trago, então, um outono na alma.


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domingo, 18 de junho de 2023

Tâmara da Índia




Tamarindo, que conheço desde criança como tamarina, é um fruto peculiar. Muita casca, não muita polpa, de sabor agridoce. Vem de uma árvore grande, o Tamarindeiro, mas é uma fruta que dá numa espécie de vagem pequena.

Porém, aqui, o que me traz a este assunto é o nome: Tamarindo. Vem do árabe تمر هندي [tamr hindī]*, ou seja, Tâmara da Índia.

Confesso que, ao comer tamarindos, nunca imaginei estar comendo TÂMARAS DA ÍNDIA!

Uma dica: se não gostar de comer o fruto in natura, experimente fazer suco. É gostoso!

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Nota:



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sábado, 17 de junho de 2023

MUITO MAIOR QUE O SOL




Pode ser um delírio meu, mas penso que se deveria estudar astronomia nas escolas. Dirão os discordantes que há coisas mais importantes, mais "concretas". Todavia, penso que a astronomia ensinaria as pessoas a ver a sua casa maior, o UNIVERSO, e como ela é surpreendente.

Experimente saber de, ao menos, uma estrela, a hipergigante UY Scuti: https://pt.wikipedia.org/wiki/UY_Scuti


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DUPLO PLANETOIDE




No dia de hoje, 17 de junho, em 1898, nasceu Maurits Cornelis Escher, um artista gráfico holandês autor da obra acima, "Double Planeitoid" (1949), uma xilogravura.

E se você aí se lembra de como se faz uma xilogravura, deve imaginar que houve certa "complicação" (trabalho) para realizar esta. Mas, a ver a grandeza do artista, percebemos sua luta e seu amor no resultado final.


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AO NORTE DO RIO DANÚBIO


Aceita-se como verdadeira a versão de que o mitológico vampiro Conde Drácula, visto em tantos filmes do século XX, foi inspirado no romeno Vlad III (ou Vlad Drácula/Drakul), um famoso empalador de remotos tempos.

Hoje, 17 de junho, a Wikipedia, em seus "Eventos Históricos", diz : "1462 - Vlad III, O Empalador, tenta assassinar Maomé II, O Conquistador, forçando-o a se retirar da Valáquia".

Por curiosidade, pesquisei um pouco sobre a Valáquia e encontrei isto: "Coisas para fazer na Valáquia": https://www.getyourguide.com.br/valaquia-l32131/.

Lugares antigos, históricos e bonitos.


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"Se isso é ruim ou se é muito bom"


Diz assim a música:

"Não é possível mais ignorar
Que quem me ama me faz mal demais
Mas ainda é cedo pra saber
Se isso é ruim ou se é muito bom"

A banda se chama Zero, e ainda existe. O disco, "Passos no Escuro", data de 1985. Esta música, em especial, tem a participação do Paulo Ricardo, da RPM.

Uma canção bonita, um tanto melancólica, que me traz recordações agradáveis, nostalgia. O final, "Se isso é ruim ou se é muito bom", é algo que, depois de cumprir parte da vida, pude compreender melhor. Não apenas nas questões do amor, mas em outras.




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QUE TEMPO É ESTE?

Não é tempo de chover, mas, ao menos um pouco, tem acontecido. Ou menos que isso: só tempo nublado, um céu cinza formando a quase inteira abóbada por sobre tudo, sem chuva.

Calor e frio se alternam. Os bichos melhor sabem o que é. Vejo em suas reações.

Dá certa tristeza quando é assim. A chuva e suas decorrências nos levam a um certo recolhimento.


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quinta-feira, 15 de junho de 2023

Valeu, Schiavon!




Revoluções Por Minuto - RPM, uma das bandas da minha adolescência, ali pelo meio dos anos 1980. Seu tecladista, que dava marca especial ao empreendimento, era o Luiz Schiavon.

Ele partiu, hoje.

Das músicas daquele tempo, "Naja", que bem ressalta porque Schiavon era, ao menos, metade da banda.

Foi, e continuará sendo emocionante, ouvir Schiavon e o RPM.

Valeu, Schiavon!



[O vídeo veio lá do canal RPM official - https://www.youtube.com/channel/UCmqQegS7mOQIYDcpwyIfcHQ]


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