Às vezes, o que uma pessoa precisa, é deitar-se no escuro e deixar o tempo passar, pousar sobre a cama o corpo e a mente, como se jogasse à margem duma estrada a carga excessiva que lhe põe dor aos ombros. Isto significa fazer nada. O nada é, em boa parte, um grande remédio. E é quase sempre muito disponível, assim queiramos.
Por exemplo: fazer silêncio, é uma forma de compor o nada, ou seja, de dar ausência de voz, acatar o silêncio. Outra forma de fazer nada: ler poesia. Ou curtir Wynton Marsalis.
Mas, não só. Vem-me da infância uma das mais belas formas de se fazer nada, que era andar de bicicleta. Sou muito grato a quem inventou esse meio de transporte, pois, antes de qualquer coisa, a função da bicicleta é ser mágica, lúdica.
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