segunda-feira, 1 de maio de 2023

TV Pra Quê?






Pouca coisa se vê na TV que realmente tenha valor cultural significativo. Assim penso. Todavia imagino se esse poderoso artefato pudesse ser realmente utilizado para objetivo melhor. Seria mais atraente e mais útil. Seria, sim, neste caso, um grande serviço prestado ao povo, afinal, a TV tem o poder de atingir milhões de pessoas, simultaneamente. Mas, a depender de quem hoje faz a TV, o que temos é isso aí: muito dinheiro consumido em programação perfeitamente dispensável.


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Pequeno, mas possível. E suficiente. Mínimo, humilde, adequado. Este bloguinho de nome curioso -
Só Um Transeunte -, o qual se quer simples e de bom uso, é administrado por Webston Moura, que é Tecnólogo de Frutos Tropicais, cronista e poeta.

segunda-feira, 13 de março de 2023

UM AMBIENTE BROTHER LOUIE



Ouvindo "Brother Louie", da dupla alemã Modern Talking, imagino algum lugar em que um garota de videoclip aparece e some, fazendo um jogo de sedução, um brinquedo de se viver, sem maiores afetações. Já fomos assim, culturalmente falando. Já fomos esses brinquedos e essas brincadeiras onde não necessitávamos de tanta "seriedade" para defender esta ou aquela ideia. Brother Louie, agora sem aspas, é uma canção por demais simples, pop, do tipo que se escuta por aí, na rua, ou descansando no quarto, tomando banho....

E é disso que sinto falta. Digo: de um mundo menos complicado e menos competitivo, onde não tenha que fazer tanta "ginástica" nas relações interpessoais.

Ok, Brother Louie?



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Untitled

Untitled, sem título, sem nome. É como, às vezes, vejo "nomeadas" certas pinturas, em verdade, muitas. De certo modo, incomoda-me não terem nomes, mesmo que vagos. É como se, não havendo nomeação, houvesse silêncio, silêncio como falta, lacuna, algo suspenso, algo que se vai saber, mas não se sabe. Talvez tudo isto porque gosto de palavras e designações.

Aqui, contudo, lembro-me de um texto que dizia que as coisas, em si, não têm nomes. Nós, humanos, é que, por necessidade, damos-lhes nomes e classificações. E nos enganamos ao achar que os nomes são mais importantes que as coisas.


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Olhando Estrelas




Aglomerado estelar Trumpler 14



Em silêncio, as estrelas brilham. Apenas sua luz, geralmente azul, nos toca. Longe estão, muito longe, umas mais, outras menos. Em céu distante da cidade, vê-se com mais clareza sua força. Misteriosas, mostram seu azul, mas ocultam suas trajetórias, suas vidas. Depois, ao crescermos, descobrimos que a ciência as estuda. Uma ciência em particular:  a astronomia, uma ciência para poucos.

Lembro-me de quando era criança e, nalgum momento, alguém me apontou algo no céu e me deu explicação rasa (informal, pessoal), mas mágica. Agora, a partir daquele momento, havia estrelas, esses entes que eu compararia com a lua, outra forma de astro, e saberia serem mistérios do céu, oriundos das profundezas do espaço sideral, coisa de filme de ficção científica.

O Velho Siamês






O velho siamês chegou de mansinho, como quem nada quer, e ficou observando, sem se aproximar totalmente. Era o momento em que eu alimentava os outros gatos. Ração aqui, ração ali, todos comiam, mas o siamês, à certa distância, só olhava, parecendo cismado. Percebi, obviamente, seu interesse: a ração. Apesar de quieto, parecia faminto. Não sei de onde ele vinha até o ver pela primeira vez, num dia qualquer

Quando os outros terminaram de comer e se afastaram, eis que o velho siamês se aproximou do que restou e começou a comer. Comia devagar, só, atento à ração e cuidando de se proteger. Parecia cismado - e era. Um gato graúdo, de corpo forte, mas aparentando idade. O formato da cabeça, o pelo e certa atitude denunciavam seus anos de vida. Era velho mesmo, mas inteiro, forte, valente, decidido. E ensimesmado, figura de poucas amizades. Chegava, não se relacionava com os outros gatos, esperava sua ração, comia e ia-se embora. Ou ficava por ali, à sombra, pois o sol é bem feroz nesse nosso nordeste, ainda mais em tempos de estio.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

COPA DO QATAR


Vi alguns jogos da Copa do Qatar. E, inevitavelmente, empolguei-me. O futebol é assim. O que não gosto, nessas ocasiões, é de certa torcida, a qual, durante e após os jogos da seleção brasileira, solta fogos, faz muito barulho, carreatas e tal. Não considero alegria, mas perturbação mesmo.

A nossa seleção está fora. Falhas que terão que ser corrigidas. E domingo tem a final entre Argentina e França. Nenhuma das duas é minha preferência, mas, se tiver que escolher, fico com a Argentina (deixemos na América do Sul mais uma taça).

Em especial, eventos como uma Copa nos alimentam com o sentido de mundo unido, apesar de ser uma competição. E eu acho isso bom. Ademais, passamos um mês vendo outro país, curiosidades, história, gentes, enfim, nos enriquecemos. E a Copa do Qatar foi bonita, bem estruturada. Valeu!

Como brasileiro, resta-me dizer ATÉ 2026! Com a esperança de termos por cá uma seleção melhor.


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O EXCESSO DE FALA NA MÍDIA



Há muita fala na mídia, seja a TV ou o Rádio. Não cito a internet, por considerá-la um caso à parte. Antes, no passado, se ligávamos a TV, o que costumávamos ver, é o que daríamos como fantasia, uma ficção ou algo parecido. E os "certinhos" chamavam de "alienação". Mas era melhor que hoje.

Hoje em dia, ligamos a TV e o que vemos? Uma roda de pessoas conversando, opinando, fala daqui, fala dali, o reino encantado das opiniões. Consensuais, claro, como se as pessoas participantes tivessem recebido um script.

Mesmo a ficção, às vezes, seja uma novela, por exemplo, esbarra no "tesão de mostrar a realidade como ela é", ou seja, lembrar ao telespectador que ele vive numa miséria infinita. Não à toa a ênfase excessiva em personagens de péssimo caráter. Aquela história do bem contra o mal, esqueça. O negócio de agora é um masoquismo chamado "distopia". Quanto mais sofrimento, melhor. Para quem?

Não sendo isso, lá se vem a imprensa com seus zilhões de notícias ruins, as igrejas pregando e por aí vai.

A TV, como o Rádio, poderia ter menos fala e mais cultura, conhecimento mesmo. Seria melhor.


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terça-feira, 22 de novembro de 2022

ERAMOS CARLOS, UM NOSSO VELHO CONHECIDO



Erasmo Carlos
(5 de junho de 1941 a 22 de novembro de 2022)


Partiram, hoje, os cantores Pablo Milanés (Cuba) e Erasmo Carlos (Brasil). A imprensa dá notícia e as pessoas, nas redes sociais, estão fazendo muitas, e merecidas, homenagens.

Por razões óbvias, penso especialmente em Erasmo Carlos, que ouvi, pela primeira vez na infância. Cantor de música popular, tendo se iniciado nos anos 1960 com a "Jovem Guarda", Erasmo tocava no rádio: "Ê mãe / Não sou mais menino / Não é justo que também queira parir meu destino" ("Filho Único"). Figura de ar doce e terno, marca-nos não só pela música, mas, também, pela sua presença leve, alegre e agradável.

O programa Conversa com Bial, do jornalista Pedro Bial, realizou, em 2021, uma emocionante entrevista com Erasmo. Ver neste link: https://globoplay.globo.com/v/9577044/.


|Imagem: Foto do artista retirada de seu perfil no Facebook



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domingo, 20 de novembro de 2022

GOSTO DO QUE É ANTIGO




Gosto do que é antigo, especialmente imagens, fotografias. Não sei explicar ao certo o porquê desse gosto, nem creio que necessite. Talvez, seja uma forma de viajar no tempo, na imaginação, tentar capturar algo que no aqui-agora ou não existe ou existe de outro modo.

A foto acima, da página Lumière de l'Atelier, foi feita por Annick Girardin, em Paris, no ano de 1930. Dois amiguinhos curiosos por alguma coisa que vai lá na rua.


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A REVOADA DOS PARDAIS

A revoada dos pardais, no final da tarde. Quando as árvores eram outras, o trânsito era menos e a pressa era mais coisa de ficção. Lembro-me bem disto. Ao fundo, o céu suave sob o sol em despedida. Os que se iam, os que vinham, alguém carregando pães à mão, velhos conversando em alguma calçada.

Há coisas nesta vida que valem a vida inteira, caso bem observemos.

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sábado, 19 de novembro de 2022

FAZER NADA


Às vezes, o que uma pessoa precisa, é deitar-se no escuro e deixar o tempo passar, pousar sobre a cama o corpo e a mente, como se jogasse à margem duma estrada a carga excessiva que lhe põe dor aos ombros. Isto significa fazer nada. O nada é, em boa parte, um grande remédio. E é quase sempre muito disponível, assim queiramos.

Por exemplo: fazer silêncio, é uma forma de compor o nada, ou seja, de dar ausência de voz, acatar o silêncio. Outra forma de fazer nada: ler poesia. Ou curtir Wynton Marsalis.

Mas, não só. Vem-me da infância uma das mais belas formas de se fazer nada, que era andar de bicicleta. Sou muito grato a quem inventou esse meio de transporte, pois, antes de qualquer coisa, a função da bicicleta é ser mágica, lúdica.

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SAIR POR AÍ DE MADRUGADA


Confesso que gostaria de sair por aí de madrugada, a pé, para gastar umas duas horas andando pela cidade. Não em todos os dias, mas ao menos uma vez por mês. E isso não tem a ver com algum tipo de divertimento, curtição, aventura amorosa ou ilícita mesmo. Seria uma caminhada contemplativa, em silêncio, sozinho, entrando numa rua, saindo noutra, parando um pouco numa praça, sentindo a noite mais profunda.

Claro, nestes tempos em que vivemos, isso realmente não é possível. Ao menos sem se arriscar a topar com alguma coisa indesejável. E a própria sensação de que algo nocivo pode estar por aí, faz-me desistir da ideia.

Saiba o brasileiro geral que não são apenas as cidades grandes que guardam perigos. Nós, destas lonjuras Brasil adentro, que antes podíamos andar despreocupados, já não contamos com a mesma sorte.

Nossas cidades todas acabaram se tornando, um pouco ao menos, as Gothan City deste século XXI. Sem Batman que dê jeito, obviamente.


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