sexta-feira, 21 de junho de 2024

O Silêncio do Sertão



Alma-de-Gato,
uma ave que se vê no sertão


No interior, no sertão, como se diz, desse nordeste em que vivo, lá aonde a civilização não pôs os pés com tudo o que tem de incremento, há aquela vegetação escassa sob o sol mais inclemente, com tudo que informa ser este um lugar próprio e, como possa, bonito.

Há, nisso, o silêncio. E, desde criança, quando pude viver alguma situação nesse ambiente, que é diferente da cidade, observei o "vazio" e a paz que aquilo proporciona. O silêncio, o som do vento, uma poeira que se levanta, uma alma-de-gato que, de repente, voa, um bicho rasteiro que se esgueira, se mostra e depois volta a se ocultar, uma estrada vazia que, adiante, se curva dentro da claridade.

Não é triste. É apenas o que é: o sertão e seu silêncio.


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Pequeno, mas possível. E suficiente. Mínimo, humilde, adequado. Este bloguinho de nome curioso -
Só Um Transeunte -, o qual se quer simples e de bom uso, é administrado por Webston Moura, que é Tecnólogo de Frutos Tropicais, cronista e poeta.

segunda-feira, 17 de junho de 2024

Bach's Toccata and Fugue in D minor, but played on a flute




Helena Schulthess


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quinta-feira, 13 de junho de 2024

Um Par de Faisões na Neve



Um par de faisões na neve (1910)
- Ohara Koson



Nunca vi um faisão. Digo: de perto, nunca. Vi em filmes, livros, revistas, internet. E, com isso, penso em tudo o que nunca vi, digamos, pessoalmente, à distância de metros. A maioria das coisas.

Como a maioria das pessoas, o que vi são imagens. Ou ideias ("ouvi dizer, li em algum lugar, etc"). E disso, se posso, digo: é um mundo real, possível de credibilidade, mas, simultânea e contraditoriamente, irreal, posto que mais imaginado que diretamente experienciado.

Somos todos, assim, guardadores de ilusões (imagens) que vêm e vão num fluxo ininterrupto até que nossas vidas cessem e nossos olhos deixem de perceber.

Reflito isso a partir desta bela gravura japonesa de Ohara Koson, "Um par de faisões na neve". Gosto desta forma de arte.

A propósito: também nunca vi neve. Pessoalmente falando, à distância de metros ou da mão.


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segunda-feira, 10 de junho de 2024

Plateia Entediada



Quando observo aquilo que é grande no mundo, aquilo que é poderoso e determinado por gente cujas possibilidades vão muito além do que a maioria de nós pode, tenho a certeza de que somos, nós os do andar de baixo, apenas uma plateia que sofre o que tiver de ser.

Problemas econômicos, políticos, sociais, climáticos, decadência cultural e moral, tudo isso parece ser um pacote ao qual nós só temos acesso pelo lado do "sofrer as consequências". Boa parte de nossos líderes é somente um monte de picaretas em busca de favorecer a seus grupos, deixando cair uma migalha aqui e outra ali para a massa geral.

Antes, isso me dava raiva. Hoje, tédio.


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Perda e Perca



Ninguém é perfeito, todo mundo erra, equivoca-se, diz e comete tolices. Como, por exemplo, trocar "perda" por "perca".

As duas formas existem, mas cada uma no lugar certo.

Vez ou outra, pela internet, encontro a troca feita. E aí "dói" ler.


Então, amigo/a, não PERCA a oportunidade de aprender, e assim evite PERDA!


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domingo, 26 de maio de 2024

Vidas Secretas






À noite, já meio tarde, escuto a coruja piar em revoo. Está em busca de comida, algum animal pequeno que possa pegar e levar a seu ninho, possivelmente para alimentar seu filhotes, se existirem.

Como a coruja, há o que suponho ser um gavião que também sobrevoa os quintais e as casas. Lança seu canto no ar e, por certo, deve chamar a atenção dos gatos.

Como a maioria das pessoas está dormindo a tais horas, relaciono as coisas e digo que a vida desses animais, para as pessoas, é secreta, longe de seus olhos, longe da sua percepção. Vivemos todos no mesmo ambiente, mas não os notamos.

Todavia, eles, os animais, nos observam. E devem nos considerar um perigo.

Por que somos tão alienados de sua presença?


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sábado, 18 de maio de 2024

Simple Minds | "Magic"





Simple Minds, uma das bandas que fez a magia dos adolescentes da minha geração. E é por isso que até hoje gostamos todos desta banda.

"Magic", a música, faz parte do álbum "Walk Between Worlds". Aumente o volume e divirta-se! 💚


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quarta-feira, 8 de maio de 2024

Fez Parte da Minha Infância






Vejo a frase "fez parte da minha infância" e lembro na minha, também.

Gosto de pensar que cada fase da vida se torna uma camada dentro de nós. Não apenas memória "racional", mas algo em nosso corpo e também espiritual, inscrição da vida na realidade do Universo.

E aquilo que "fez parte da minha infância" é um tesouro que pode ser reencontrado, ao menos em parte. Creio que cada pessoa pode fazer esse "exercício".

A imagem deste post é uma estorinha de uma cartilha que eu, quando criança, usei. Na escola. Por alguma razão, eu nunca me esqueci do nome Tin-Tin Gorin, um porquinho simpático. Clique na imagem e leia!

O que fez parte da tua infância?

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Adoração a Políticos





Em sentido bem pessoal, não sou fã (apaixonado) de políticos, estejam ou não em cargos de governo. Quando jovem, fazia sentido essa postura. Em verdade, a ilusão disso. E fico pensativo ao ver pessoas, já de boa idade, em estado de adoração por este ou por aquele senhor da política. Até porque é a partir dessa postura que a pessoa vai reagir às outras, acolhendo ou rejeitando, "gostando" ou odiando. É um jogo infantil de conveniências, e a pessoa sabe! No fundo, sabe.

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Mudança e Resistência





Toda pessoa muda, mesmo que não queira, mesmo que não tenha consciência disso. Porém, mudar na direção que precisa, isso já é mais raro. Quem é, resiste a deixar de ser, não quer se tornar outro/outra, ainda que melhor. E se tem por trás uma paixão, algo que valide resistir à mudança, a pessoa se agarrará com tudo ao "porto seguro".

A mesmice, por estranho que seja, pode ser algo extremamente apaixonante - para muitos. E se não mudam, não sofrem sós, já que convivem e, assim, arrastam seu "piano" pesando sobre os outros.

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