Nunca vi um faisão. Digo: de perto, nunca. Vi em filmes, livros, revistas, internet. E, com isso, penso em tudo o que nunca vi, digamos, pessoalmente, à distância de metros. A maioria das coisas.
Como a maioria das pessoas, o que vi são imagens. Ou ideias ("ouvi dizer, li em algum lugar, etc"). E disso, se posso, digo: é um mundo real, possível de credibilidade, mas, simultânea e contraditoriamente, irreal, posto que mais imaginado que diretamente experienciado.
Somos todos, assim, guardadores de ilusões (imagens) que vêm e vão num fluxo ininterrupto até que nossas vidas cessem e nossos olhos deixem de perceber.
Reflito isso a partir desta bela gravura japonesa de Ohara Koson, "Um par de faisões na neve". Gosto desta forma de arte.
A propósito: também nunca vi neve. Pessoalmente falando, à distância de metros ou da mão.
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Pequeno, mas possível. E suficiente. Mínimo, humilde, adequado. Este bloguinho de nome curioso - Só Um Transeunte -, o qual se quer simples e de bom uso, é administrado por Webston Moura, que é Tecnólogo de Frutos Tropicais, cronista e poeta.
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